Dia Mundial de Combate à Dor: Um olhar de cuidado e atenção especial

17/10/2025
Dr. Carlos Marcelo de Barros
A dor é uma experiência universal. Todos nós, em algum momento da vida, já a sentimos. Mas quando ela deixa de ser passageira e se torna constante, deixa de ser apenas um sintoma e passa a impactar profundamente a mente, as emoções, os relacionamentos e a qualidade de vida. É nesse cenário que o Dia Mundial de Combate à Dor, celebrado em 17 de outubro, ganha relevância: ele nos lembra da importância de enxergar a dor sob uma perspectiva ampla, humana e responsável.
 
A dor crônica, aquela que persiste por mais de três meses, é hoje reconhecida como uma doença em si. Ela modifica a forma como o sistema nervoso processa os estímulos e pode transformar tarefas simples, como caminhar, trabalhar ou dormir, em verdadeiros desafios diários. Para muitos pacientes, além do sofrimento físico, existe também o peso emocional do preconceito: ainda é comum ouvir frases como “é frescura” ou “é só aguentar”, quando, na realidade, a dor é real, incapacitante e exige cuidado especializado.
 
Como presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), vejo esse momento como um marco essencial para o reconhecimento da dor crônica como uma condição séria que precisa ser acolhida e tratada com a devida atenção. O combate à dor não é apenas uma prática médica; é um ato de empatia. Validar o que o paciente sente, oferecer escuta e criar planos de tratamento individualizados são passos fundamentais para devolver dignidade e esperança.
 
Hoje, a medicina da dor conta com recursos modernos e eficazes, que vão desde bloqueios e infiltrações até terapias de neuromodulação e tratamentos regenerativos. Mais do que aliviar sintomas, essas técnicas buscam devolver autonomia e qualidade de vida. Mas o cuidado não se limita ao físico: o suporte psicológico, o acolhimento familiar e a atenção social também são partes indispensáveis do processo.
 
Mais do que uma data no calendário, o Dia Mundial de Combate à Dor é um convite à reflexão. A dor não deve ser ignorada ou normalizada. Ela deve ser compreendida, respeitada e tratada com seriedade. Ao unir ciência, empatia e cuidado, damos um passo fundamental para transformar a realidade de milhões de pessoas que convivem com dor diariamente.
 
⚕ Dr. Carlos Marcelo de Barros - CRM/MG 39.448
Anestesiologia RQE 16.085 / Área de atuação em Dor RQE 42.108 / Medicina Paliativa RQE 47.014
(35) 3299-6414 / (35) 3299-6415
 
 
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